segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Lenga-lengas


Um útimo conto antigo, dos que tenho na memória, são estes poucos versos que em sua terra natal são conhecidos como lenga-lengas. Estes versos minha mãe cantava, pegando a palma de nossa mão com uma de suas mãos e com a outra esfregando as pontas dos dedos sobre a nossa palma em linhas circulares, à moda de uma vassoura, ou algo assim. E assim se cantarolava:

Varre, varre vassourinha
Pelos cantos da cozinha
Pra que sim, pra que não
Pra lavar os guardanapos
Da senhora Conceição

Pico, pico, sarapico
Quem te deu tamanho pico
Foi a filha da rainha
Que está presa na cozinha
Pra salvar o Dom Luis
Que está preso pelo nariz

Os cavalos a correr
As meninas a aprender
Qual será a mais bonita
Que se há de esconder

Existem inúmeras variações destas estrofes, pelo que pude apurar. Entre estas variações, encontra-se uma em um livro editado em Portugal pela Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Felgueiras intitulado "Contos e Lendas... com história - Recolha de textos tradicionais" cujo conteúdo pode ser integralmente apreciado aqui. Diria que há ainda outros contos e rimas de leitura deliciosa, lúdica e que nos remete a tempos outros... não nossos.

Um comentário:

  1. Nossa, estava há tempos tentando lembrar como continuava a história do "varre varre vassourinha" que meu avô já falecido contava fazendo o rodamoinho nas nossas mãos e ao final beliscando.... AMEI!!! Muito obrigada por reviver essa memória!

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